A História da Amorosa: um burgo toscano de 1300
A Amorosa, um detalhe daquela obra de arte que é a paisagem toscana da Val di Chiana senese. Linda, de uma beleza sob medida, aquela particular beleza de quem, consciente, não quer aparecer mas ser, de quem não precisa demonstrar nada porque tudo é claro e consegue sempre te surpreender.
Notícias e traços da sua presença se encontram em todos os períodos da história que você quiser analisar e, embora não existam relatos sobre a sua origem, sabemos que as suas colinas eram habitadas desde o tempo dos Etruscos. (Nota 1 - Arqueologia)
A Amorosa é orgulhosa da sua mais antiga referência iconográfica de 1363, com o afresco de Lippo Vanni realizado na Sala del Mappamondo (Museo Civico) do Palazzo Pubblico di Siena em homenagem à Batalha de Val di Chiana, combate que aconteceu no mês de outubro sob os seus muros (Nota 2 - Notícias históricas de 1300) e a encontramos devidamente indicada na cartografia mais antiga, da primeira metade de 1500. (Nota 3 - Cartografia de 1500)
Em 1403 ou em 1489, as notícias são incertas e contraditórias, a Amorosa perde os suas fortificações por imposição de Siena. (Nota 4 - Notícias históricas de 1400) Para entender a evolução dos edifícios e a sua posição histórica, analisados também o contexto viário do território, encontram-se documentos interessantes de diferentes épocas que valem a pena ser estudados para aprofundar o conhecimento.
A propriedade do complexo imobiliário da Amorosa (o chamado "Burgo") parece ter origem com a família Chigi Saracini para passar depois, talvez por herança, para a família dos Piccolomini del Mandorlo, a mesma que em Siena possuía o homônimo palácio que hoje é sede da Accademia Musicale Chigiana.
Os terrenos que circundam a Amorosa, com o passar dos séculos se fundiram até formar uma única propriedade agrícola: no século XVIII pertenciam em parte a Venerabile Opera del Duomo di Siena, em parte aos Pannilini, uma família nobre de Siena que em 1575 se uniu por casamento aos Piccolomini que, por sua vez, já possuíam a Amorosa desde pelo menos 1350. (Nota 5 - Edifícios e Estradas)
A fazenda da Amorosa possui desde sempre a sua igreja. Até 1500 estava sob a jurisdição do Pievano de S. Pietro ad Mensulas, depois sob aquela do Prior de Santa Lucia in Sinalunga e finalmente sob aquela da Collegiata di S. Martino para então, a partir de 27 de janeiro de 1987, se transformar em uma capela particular sob a jurisdição de S. Pietro ad Mensulas.
Um documento muito interessante, da onde descobrimos o estado da igreja da Amorosa no século XVI é o relato de uma visita pastoral feita pelo Mons. Bossi em 1578 (Arquivo do Bispo de Pienza), da onde parecia que a igreja não vivesse condições particularmente róseas, tanto é que o monsenhor Bossi ordena, de modo bastante explícito, o início da busca por antigos bens e que de alguma forma se ativassem para obter "um dote". (Nota 6 - Igreja da Amorosa)
Com a elevação do Priorado da Amorosa (1835), desejada por Pietro Pannilini começou a se formar uma verdadeira comunidade que, aos poucos, ganhava importância. Na primeira metade do século XX a comunidade paroquial da Amorosa era a mais numerosa, entre aquelas extraurbanas, de toda a Valdichiana, chegando a contar com mais de 250 pessoas.
A fazenda, que ganhava características de burgo, possuía também uma escola elementar e era um ponto de encontro e agregação com festas religiosas e civis que uniam não apenas os habitantes da propriedade da Amorosa, mas também daquelas nos arredores. (Nota 7 - A Amorosa no século XX)